A gigante das bebidas alcoólicas Diageo prometeu financiar um projeto que criará uma economia circular de alumínio para latas de bebidas no Reino Unido.

O projeto permitirá que o Consórcio Britânico de Alumínio para Ligas Avançadas (BACALL), um coletivo de especialistas da indústria, construa uma usina de reciclagem e laminação que processará 'centenas de milhares de toneladas' de alumínio 100% reciclado com o objetivo de produzir anualmente 400 milhões de latas para embalar Guinness e pré-misturadas de Gordon's e tônica, permitindo à Diageo reduzir suas emissões de carbono.

O valor do financiamento para o projeto, que está atualmente em fase de projeto, engenharia e seleção do local, não foi revelado, mas pode ser de mais de £ 100 milhões.

Em nota, a Diageo disse que o Reino Unido, que consome mais de 10 bilhões de latas por ano, conta com um processo de exportação de chapas de latas de bebidas e bobina de alumínio importada para fazer novas latas. Atualmente, o índice de reciclagem de latas de bebidas é superior a 80%, segundo a Alupro.

Os planos contribuirão para o plano de ação de sustentabilidade de 10 anos da Diageo.

Os planos não mencionam se fabricantes de latas no Reino Unido, como Ardagh Metal Packaging, Ball Packaging Europe, Canpack ou Crown Packaging, estarão envolvidos no projeto.

Ewan Andrew, diretor global de suprimentos e compras e sustentabilidade da Diageo, disse: “Estamos entusiasmados por fazer parte de um projeto que mudará a produção de alumínio no Reino Unido. Agora estamos buscando trabalhar em parceria com empresas e governos não apenas para reduzir a pegada de carbono do alumínio, mas também para trazer essa parte da cadeia de suprimentos de alumínio de volta ao Reino Unido”.

A Diageo trabalha com a BACALL desde 2021, quando financiou em conjunto um estudo de viabilidade com o governo do Reino Unido para estabelecer um economia circular do alumínio no Reino Unido.

David Sneddon, diretor não executivo da BACALL Aluminium Ltd, disse: “Ao adquirir, reciclar, fabricar e fornecer chapas planas de alumínio no Reino Unido, podemos localizar e fechar a cadeia de suprimentos, proporcionando reduções substanciais nas emissões de carbono. Isso ajudará a criar uma indústria de alumínio mais sustentável e garantirá a capacidade futura de ligas de carbono ultrabaixo”, disse ele.

O especialista em metalurgia, professor Geoff Scamans, da Universidade de Brunel, disse que a cadeia de fornecimento de alumínio tem potencial para ser carbono zero, mas precisa reduzir “drasticamente” suas emissões. “O Reino Unido atualmente exporta grande parte de sua sucata de alumínio, mas, ao mesmo tempo, importa quase toda a folha de alumínio. Ao mudar isso, devemos ver uma redução significativa da pegada de carbono. Aplaudo a Diageo e a BACALL por iniciarem este processo”, comentou.