Em um movimento significativo que destaca a mudança do setor de alumínio rumo à sustentabilidade, representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace) visitaram recentemente a Alcoa Brasil. O destino foi a unidade de Poços de Caldas, um local-chave nas operações da Alcoa no Brasil.
Poços de Caldas possui um processo completo de mina a metal, desde a mineração de bauxita até o refino de alumina e a fundição de alumínio primário. Essa integração vertical confere à Alcoa forte controle sobre sua cadeia produtiva. A visita teve como objetivo explorar o progresso da Alcoa em sustentabilidade, crucial para sua meta de zero emissões líquidas de GEE para 2050, tanto diretas quanto indiretas.
Sarah Pimenta, gerente de Meio Ambiente e Licenciamento da Alcoa Poços de Caldas, revelou que nos últimos três anos a Alcoa investiu R$ 1,6 bilhão (US$
262,2 milhões) em projetos de transformação do processo produtivo. Esses esforços, da extração de bauxita ao refino, estão reduzindo a pegada de carbono da empresa. A unidade já reduziu as emissões de gases de efeito estufa em 30% em comparação com 2019. Essa conquista se deve ao investimento em tecnologia e práticas sustentáveis, como a reciclagem de alumínio em processo, o uso de caldeiras elétricas na refinaria e a implementação de um filtro-prensa economizador de água para o descarte de resíduos de bauxita.
Leandro de Oliveira Albuquerque, Diretor de Programas da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento, elogiou os projetos de descarbonização e tratamento de resíduos da Alcoa. Ele afirmou que são excelentes exemplos para o setor, alinhados aos esforços do governo para reduzir as emissões de carbono e tornar as operações mais sustentáveis. Essas iniciativas servirão de modelo para planos como o Plano Climático e o Nova Indústria Brasil.
Acompanharam Albuquerque José Luiz Ubaldino de Lima, Diretor do Departamento de Geologia e Produção Mineral, e Sérgio Soares Ayrimoraes, Coordenador Geral de Estudos Integrados. A Abrace também enviou representantes. Seu presidente, Paulo Pedrosa, enfatizou a importância da visita para o entendimento dos setores que investem na transição energética. Ele destacou a necessidade de analisar os setores consumidores de energia para aumentar sua competitividade no abastecimento doméstico e na exportação de produtos verdes.
Na Alcoa, Pimenta, juntamente com Maria Cristina Gonçalves (Gerente de Relações Governamentais e Comunicação), Juliana Noronha (Gerente de Relações Institucionais), Rafael Garrio (Gerente Comercial de Energia), Daniel Soares (Gerente Regional de Meio Ambiente) e Jéssica Milani (Gerente de Energia), recepcionaram a delegação.
Na minha opinião, esta visita é um sinal positivo. O investimento substancial da Alcoa em sustentabilidade não só beneficia o meio ambiente, como também posiciona a empresa em um mercado cada vez mais focado em práticas verdes. Para o Brasil, o interesse do governo nas iniciativas da Alcoa pode impulsionar a indústria do alumínio e outros setores com uso intensivo de energia rumo a um futuro mais sustentável. O envolvimento da Abrace demonstra a crescente conscientização da indústria sobre o uso sustentável de energia. No entanto, embora a Alcoa esteja liderando o caminho, a adoção mais ampla dessas práticas pela indústria é necessária para alcançar a verdadeira sustentabilidade na produção de alumínio no Brasil.